A comida e o comer na São Salvador oitocentista: por uma historiografia alimentar da Bahia
DOI:
https://doi.org/10.35953/raca.v3i2.134Palavras-chave:
Alimentação, Viajantes, Século XIX, Salvador da BahiaResumo
O presente artigo apresenta um panorama da comida e do comer na cidade de São Salvador (também chamada de Bahia) pelos olhares de viajantes no decurso do século XIX. Objetivo: Realizar o levantamento de descrições e observações de viajantes sobre a alimentação cotidiana dos soteropolitanos no decurso dos 1800. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica com análise de conteúdo apoiada nos diários de viagem de viajantes estrangeiros – Maria Graham e Von Martius e Von Spix (obras primárias), utilizando de outras referências secundárias para discussão dos resultados. Resultados e discussões: A categorização de dados identificou a importância da cultura da cana-de-açúcar e da mandioca, e seus derivados, além de vegetais e carnes comestíveis para as refeições, mostrando-se essenciais para construção dos aspectos socioculturais da alimentação desse povo, identificados nos relatos sobre os hábitos e comensalidade. Em paralelo, observou-se as influências das feiras livres para comercialização desses gêneros, além dos impactos do estado de guerra nas batalhas que culminaram na Independência da Bahia em 1823 na oferta e demanda de alimentos. Considerações finais: Essa pesquisa, ao analisar a alimentação na efervescente São Salvador oitocentista, favorece as discussões sobre as construções culturais dos hábitos alimentares contemporâneos, analisando os aspectos sócio-históricos da comida na cultura baiana, e, assim, indica novos caminhos para se traçar uma historiografia alimentar da Bahia.
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