Redes e agenciamentos
agricultura urbana, uma ação coletiva para a autossuficiência alimentar na cidade de Goiânia
Palavras-chave:
Redes, Saberes, Práticas, Cosmopolítica, AntropocenoResumo
Esta tese tem por objetivo investigar, sob uma perspectiva antropológica, os possíveis caminhos para a geração de comida saudável em ambiente urbano e periurbano, percorrendo a paisagem urbana e seus imaginários, controvérsias e práticas de manejo que persistem ao longo do tempo. O objetivo principal é mapear, pelas vias da etnografia, as conexões existentes entre os diversos territórios que compõem o processo dinâmico da agricultura urbana na macrorregião da cidade de Goiânia. Trata-se de um mapeamento voltado à observação dos sistemas alimentares, suas representações e os eixos culturais que os articulam, especialmente a partir de pesquisas antropológicas em soberania alimentar, integradas de forma multidisciplinar, interdisciplinar e transdisciplinar. Busca ainda entender as particularidades do manejo agrícola frente às condições específicas do bioma Cerrado, especialmente seu regime de chuvas. A área pesquisada abrange a região metropolitana e o perímetro denominado Circuito Curto de Produção (CCP). O arcabouço teórico-metodológico está centrado na Teoria Ator-Rede, com destaque para a obra de Bruno Latour, bem como nas contribuições de outros autores e autoras que dialogam de forma entremeada e complementar com essa abordagem. Além disso, a tese considera as atuais condições climáticas e suas implicações sobre a produção de alimentos, refletindo sobre o Antropoceno como fenômeno central para compreender os desafios contemporâneos da segurança alimentar. A pesquisa defende a viabilidade de transformar o ambiente urbano em um grande provedor de comida por meio de estratégias associadas à agricultura urbana e discute os impactos gerados pelo uso intensivo de agrotóxicos – termo que condensa os efeitos adversos do uso de venenos e fertilizantes no cultivo agrícola.
Referências
Friedmann H, McMichael P. Agriculture and the state system: the rise and decline of national agricultures, 1870 to the present. Sociol Rural. 1989;29(2):93-117.
Latour B. Ciência em ação: como seguir cientistas e engenheiros sociedade afora. 2ª ed. São Paulo: Editora Unesp; 2011.
Latour B. Reagregando o social: uma introdução à teoria do Ator-Rede. Salvador: EDUFBA; Bauru: EDUSC; 2012.
Latour B. Enquête sur les modesd'existence: une anthropologie des Modernes. Paris: Éditions La Découverte; 2012.
Latour B. Jamais fomos modernos. São Paulo: Editora 34; 2013.
Marcus GE. Ethnography in/on the world system: the emergence of multi-sited ethnography. AnnuRevAnthropol. 1995;24:95-117.
Deleuze G, Guattari F. O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia. São Paulo: Editora 34; 2010.
Deleuze G, Guattari F. Mil platôs. Vol. 1. 2ª ed. São Paulo: Editora 34; 2019.
Deleuze G, Guattari F. Mil platôs. Vol. 5. 2ª ed. São Paulo: Editora 34; 2019.
Stengers I. No tempo das catástrofes: resistir à barbárie que se aproxima. São Paulo: Cosac Naify; 2015.
Stengers I. Cosmopolitics I. Minneapolis: University of Minnesota Press; 2010.
Stengers I. Cosmopolitics II. Minneapolis: University of Minnesota Press; 2010.
Danowski D, Viveiros de Castro E. Há mundo por vir? Ensaio sobre os medos e os fins. São Paulo: Cultura e Barbárie Editora; 2015.
Haraway D. Staying with the trouble: making kin in the Chthulucene. Durham: Duke University Press; 2016.
Haraway D. Tentacular Thinking: Anthropocene, Capitalocene, Chthulucene. E-fluxJournal [Internet]. 2016 [citado 2024 Jul 18];75. Disponível em: https://www.e-flux.com/journal/75/67125/tentacular-thinking-anthropocene-capitalocene-chthulucene/
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 CC Attribution 4.0

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.


