Dádiva como conceito de socialização do Olubaje do Candomblé na RIDE - Distrito Federal
DOI:
https://doi.org/10.35953/raca.v3i2.136Palavras-chave:
Candomblé, Oubajé, Comida de Santo, Práticas ComunaisResumo
Neste artigo o objetivo é tratar da celebração de Olubajé a partir de uma experiência vivida em um terreiro de Candomblé da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito federal e Entorno – Ride-DF. A metodologia segue o caminho da abordagem etnográfica e se propõe a articular o conceito de dádiva do antropólogo Marcel Mauss à festa do Olubaje no Candomblé do Distrito Federal, como resultado de nossa pesquisa de campo de terreiros. No terreiro vivido na festa do Olubaje, verifica-se uma fartura de comida que é oferecida gratuitamente à todos os presentes, subvertendo à noção consumista e utilitarista do capitalismo atual. Percebe-se também que dentro do terreiro em tempos de Olubaje, o Orixá que rege a casa não necessariamente vai interferir nas escolhas alimentares. O que de fato irá determinar essas escolhas são: o período, as festas e os orixás de cada pessoa. Isso concorre ainda mais para a explicação conceitual da dádiva comunal sem intenções egoístas.
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