Entre esquecimento, omissões, colonialidades em conflito e paradigmas emancipadores da herança alimentar
DOI:
https://doi.org/10.35953/raca.v2i1.39Palavras-chave:
Patrimonios alimentarios – decolonización – desigualdad – mercadoResumo
Do ponto de vista de uma perspectiva descolonial, o objetivo deste artigo é identificar o jogo de visibilidades e invisibilidades implícitas nos processos de patrimonialização e etnomercantilização, como as tensões e alterações emergentes nas práticas alimentares de setores estigmatizados e negados do sul global. São apresentados três casos que emergem de diferentes estudos focados em questões alimentares. Na primeira, destaca-se a emergência de alimentos e refeições “resgatados” para o mercado turístico, que em sua reestetização oculta a alteridade que se refere às raízes indígenas e camponesas. No segundo, a reconfiguração das identidades alimentares é observada a partir da circulação de alimentos imigrantes, onde as marcas de racismo, xenofobia e a reconfiguração comercializada deles aparecem após o vigoroso boom que as refeições dessa comunidade assumem em nível internacional. No terceiro, destaca-se o "know-how" dos grupos de migrantes, que no novo contexto continuam a incorporar os gostos e sabores nos quais são reconhecidos como transportadores e membros de uma comunidade que não desencadeia o entusiasmo como recurso cultural por parte da sociedade receptora. Todos os três casos têm elementos que incorporam e pressionam categorizações raciais historicamente construídas e legitimam relações de superioridade / inferioridade, reproduzindo legados coloniais que perpetuam a desigualdade social.Por fim, busca mostrar conexões entre o patrimônio emancipatório e as estratégias alimentares no âmbito dos movimentos de direito à alimentação.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 CC Attribution 4.0
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.