A cajazeira no candomblé, tambor de mina e na umbanda a partir da revisão de alguns autores
DOI:
https://doi.org/10.35953/raca.v6i1.230Palavras-chave:
Cajá, Sagrado, Umbanda, Plantmas, CandombléResumo
As plantas, árvores frutíferas e ervas conectoras fornecem contraste, sequência temporal, consequência histórica e ampliação à flora medicinal advinda do litúrgico no Candomblé.Os estudos desenvolvidos pelo Projeto Ecoilê, da Fiocruz/Brasília, têm entre suas vertentes a investigação das plantas – árvores, ervas, flores, raízes e cascas – que a diáspora africana possibilitou integrar ao repertório da medicina tradicional e das chamadas Plantmas (Plantas de Matriz Africana). Dessa forma, este artigo tem como objetivo analisar a cajazeira enquanto planta litúrgica nas religiosidades de matriz africana, a partir de uma revisão da literatura. Para este desafio epistemológico, adotou-se como base metodológica a teoria da Pedagogia das Encruzilhadas, com o intuito de refletir sobre o papel simbólico desse importante elemento que conecta plantas e alimentos à ritualidade. Na tradição afro-brasileira, as plantas e árvores são classificadas como dióicas, ou seja, com flores masculinas e femininas, bem como em quentes, frias e mornas. Essa complexa taxonomia espiritual multiplica as possibilidades terapêuticas no contexto de uma medicina herbal, baseada não apenas na observação e na experiência, mas também em preceitos espirituais construídos ao longo de milênios. Entre osalimentos sagrados, destaca-se o cajá – fruto e folha –, em suas duas principais espécies: cajá-manga (SpondiasdulcisForst, Anacardiaceae) e o cajá-comum (Spondiaslutea L.).
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