Alimentação como construção coletiva para promoção da saúde nos territórios de matriz africana
DOI:
https://doi.org/10.35953/raca.v6i1.224Palavras-chave:
Alimentação, Saúde coletiva, Territórios de matriz africana, Identidade alimentar, Práticas ancestraisResumo
Este estudo aborda a alimentação nos territórios de matriz africana como um fator de construção comunitária, resistência cultural e promoção da saúde. O objetivo foi compreender de que maneira os conhecimentos alimentares tradicionais, transmitidos entre as gerações nos terreiros, favorecem a preservação da identidade, a soberania alimentar e a organização da comunidade. Utilizou uma abordagem qualitativa, fundamentada em observação participante, entrevistas semiestruturadas e registros em diário de campo, realizadas em sete terreiros na Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (RIDE-DF). Os achados revelam que a alimentação nos terreiros transcende a função nutricional, constituindo-se como eixo de transmissão de saberes, fortalecimento dos laços sociais e práticas terapêuticas que conectam corpo, mente e espiritualidade. A cerimônia do Olubajé, analisada como exemplo, destaca a sacralização dos alimentos e sua relação com o bem-estar coletivo. Conclui-se que os sistemas alimentares tradicionais dos terreiros contribuem para a proteção da cultura afro-brasileira e oferecem alternativas sustentáveis e inclusivas diante de desafios contemporâneos, como a insegurança alimentar e a diminuição da biodiversidade.
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