Trajetórias da Antropologia da Alimentação no Brasil

Autores

  • Janine Helfst Leicht Collaço
  • Renata Menasche
  • Talita Prado Barbosa Roim

DOI:

https://doi.org/10.35953/raca.v5i1.193

Palavras-chave:

Antropologia da Alimentação, Produção Acadêmica, SSAN

Resumo

O presente trabalho conduz o olhar para a produção acadêmica realizada no Brasil, a partir dos anos 1990, na perspectiva da antropologia da alimentação. Para isso, tomamos como eixo condutor o material apresentado nas Reuniões Brasileiras de Antropologia (RBAs), ponto de partida para a construção de um balanço dos estudos na temática. A análise preliminar desses estudos, apresentada brevemente neste texto, permite notar deslocamentos de foco a partir do mapeamento de questões, inicialmente voltadas a identidades e a mudanças alimentares sob a perspectiva de uma retórica da perda – com expressivo número de trabalhos voltados a cozinhas locais, produtos regionais –, passando por temas que, marcados pela interação interdisciplinar que sempre caracterizou os estudos na área e que, nos últimos anos, vem se ampliando, especialmente com a área da Nutrição, na medida em que passou a considerar relevantes as injunções entre alimentação e cultura, representam uma renovação no foco dos interesses, com trabalhos preocupados com a dimensão política do alimento e do comer, nos quais são relevantes elementos como saúde, corpo, gênero, acesso ou a noção de sistemas alimentares. Esses primeiros resultados permitem vislumbrar não apenas variações nos temas e nos perfis das/os pesquisadoras/es, mas o surgimento de um campo híbrido de estudos que demanda maior reflexão, como sugere ser o tema da Segurança e Soberania Alimentar e Nutricional (SSAN), que abrange diversas abordagens, dentre as quais a antropológica. Nesse sentido, pensando especialmente nos aspectos da disciplina, em suas particularidades e em que medida pode auxiliar em estudos em interface e colaboração com outras áreas, buscamos delinear caminhos através dos quais o arcabouço teórico e metodológico da antropologia pode aportar contribuições aos estudos das práticas alimentares e, em particular, para a área de SSAN.

Biografia do Autor

Janine Helfst Leicht Collaço

Doutora em Ciência Social (Antropologia Social) e Professora Adjunta da Universidade Federal de Goiás , Brasil

Renata Menasche

Doutora em Antropologia Social e Professora Titular da Universidade Federal de Pelotas, Brasil.

Talita Prado Barbosa Roim

Doutora em Ciências Sociais e Vice-coordenadora do Centro de Ciência e Tecn da Universidade Federal de Goiás, Brasil.

Referências

Corona SBG, Matta R, Charles-Édouard DS. Patrimonios alimentarios: entre consensos y tensiones. México: Editora do Colégio São Luís e IRD Editions, 2019.

Fischler C. L’ homnivore. Paris: Èditions Odile Jacob, 1990.

Gonçalves JRS. A retórica da perda. os discursos do patrimônio cultural no Brasil. Rio de janeiro: UFRJ/IPHAN, 1996.

Menasche et al. A comida na antropologia brasileira: um balanço em construção. In: Anais da VIII Reunión de Antropología del Mercosur – Diversidad y poder em América Latina, Pelotas-RS, 2010. Disponível em: http://guaiaca.ufpel.edu.br/handle/prefix/6361. Acesso em 31 de agosto de 2021.

Mintz S. Sweetness and Power: The place of sugar in modern history. New York: Penguin Books, 1985.

Wilk RR. Real Belizean Food : Building local identity 8h the transnational Caribbean. In : American Anthropologist, 1999;101(32):244-255.

Downloads

Publicado

06-09-2024

Como Citar

1.
Collaço JHL, Menasche R, Roim TPB. Trajetórias da Antropologia da Alimentação no Brasil. Rev. Alim. Cult. Amer [Internet]. 6º de setembro de 2024 [citado 4º de novembro de 2024];5(1):4-24. Disponível em: https://raca.fiocruz.br/index.php/raca/article/view/193

Edição

Seção

Artigo para debate